quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Aço

I

Filha platina
De teu ser semelhante
Traga-me fogo seco
E incensos fumaçantes

Levitarei meus pés
Sobre águas nuas
Em tua pele de verduras,
Como sóis ensanguentados.

Rastros de mim, uivantes,
Logo ouço impertinente:
Quantias profanas vibrantes
De braços e lobos valentes.

Febris cantos.
Descontentes gargalhadas
Em rins de ganso ameno.
Um brasão de prata armada.

Loas de brisa
Perfumam a lagoa.
Da Lua até deslizam
Afagos a toa.

Raízes de cor madura
Soam e roem amores.
Pulsam epopéicas gasturas,
Corroem sábios horrores.

Ouça-me Dama cálida rosada!
Verta chuva de leite anis
Nos alçapões da noite pálida.
Canções serão raptadas e ingratas.

Dentes rompem.
Mordem ferro.
Berros de homem, enfim,
Silenciam o grande inferno.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

nooooooooooooossa joaum!! a sua poesia é repleta de imagens e sensações. ela atrai a gente pra dentro dela.é muito legal.