sábado, 30 de agosto de 2008
Eu
Ela é meu sentido, o parto ordenou isso. Amo-a além de qualquer possibilidade, vida morte, de que sou - misteriosamente - constítuido. Mãe, mão, tudo.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Pétalas
Sofro de tanto meu peito
Rebentar suas fibras pungentes
Por justamente não comportar
Tamanha paixão brilhante em si.
Se sincero encravo (como mandamentos)
Em pele cores mornas que por ti cultivo,
É meu sussurro que provoca tempestades
E chove no inverno fios de pérola alva.
Momento em que tu, bela escultura rubra,
Capta o som levitante que tráz,
Imensamente, o calor do sangue
E da carne qual sou feito.
Oh! Como é formoso teu riso
Que de farto galanteio ouso adormecer
Em teu abraço. Quero teu convite para um
Passeio no por-do-sol de minh'alma.
Amo-te. Em sonhos ou divagações.
Amo-te. Em todas as canções que escrevo.
Quero tua nuvem de canela turca
E a folha d'aurora colhida n'amoreira
Mais próxima da madeira de teu jardim.
Anseio por mais de tua boca e tuas mãos.
Sinto-me então confesso e desnudo
Diante dos olhos que canto sem fim.
Despertado por cravos d'Espanha
E pequenos abris.
Rosa é a cor da pétala de céu
Que emerge de teus cabelos ventantes.
E a deste sobre tuas mãos macias a mim,
Que sofro ao florescer amores sem fim.
O bem, o bom e o mau também
Deliram sobre liras de notas
Inquietantes, dessas que trago pensante
Na sutil e doce aproximação de mãos.
Despeço-me despedaçado de amor
Em brisa recitando aládo.
Amo-te como outono mergulhado
Em grandes quantidades de romance:
Tola flor. Tola flor.
Rebentar suas fibras pungentes
Por justamente não comportar
Tamanha paixão brilhante em si.
Se sincero encravo (como mandamentos)
Em pele cores mornas que por ti cultivo,
É meu sussurro que provoca tempestades
E chove no inverno fios de pérola alva.
Momento em que tu, bela escultura rubra,
Capta o som levitante que tráz,
Imensamente, o calor do sangue
E da carne qual sou feito.
Oh! Como é formoso teu riso
Que de farto galanteio ouso adormecer
Em teu abraço. Quero teu convite para um
Passeio no por-do-sol de minh'alma.
Amo-te. Em sonhos ou divagações.
Amo-te. Em todas as canções que escrevo.
Quero tua nuvem de canela turca
E a folha d'aurora colhida n'amoreira
Mais próxima da madeira de teu jardim.
Anseio por mais de tua boca e tuas mãos.
Sinto-me então confesso e desnudo
Diante dos olhos que canto sem fim.
Despertado por cravos d'Espanha
E pequenos abris.
Rosa é a cor da pétala de céu
Que emerge de teus cabelos ventantes.
E a deste sobre tuas mãos macias a mim,
Que sofro ao florescer amores sem fim.
O bem, o bom e o mau também
Deliram sobre liras de notas
Inquietantes, dessas que trago pensante
Na sutil e doce aproximação de mãos.
Despeço-me despedaçado de amor
Em brisa recitando aládo.
Amo-te como outono mergulhado
Em grandes quantidades de romance:
Tola flor. Tola flor.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Aço
I
Filha platina
De teu ser semelhante
Traga-me fogo seco
E incensos fumaçantes
Levitarei meus pés
Sobre águas nuas
Em tua pele de verduras,
Como sóis ensanguentados.
Rastros de mim, uivantes,
Logo ouço impertinente:
Quantias profanas vibrantes
De braços e lobos valentes.
Febris cantos.
Descontentes gargalhadas
Em rins de ganso ameno.
Um brasão de prata armada.
Loas de brisa
Perfumam a lagoa.
Da Lua até deslizam
Afagos a toa.
Raízes de cor madura
Soam e roem amores.
Pulsam epopéicas gasturas,
Corroem sábios horrores.
Ouça-me Dama cálida rosada!
Verta chuva de leite anis
Nos alçapões da noite pálida.
Canções serão raptadas e ingratas.
Dentes rompem.
Mordem ferro.
Berros de homem, enfim,
Silenciam o grande inferno.
Filha platina
De teu ser semelhante
Traga-me fogo seco
E incensos fumaçantes
Levitarei meus pés
Sobre águas nuas
Em tua pele de verduras,
Como sóis ensanguentados.
Rastros de mim, uivantes,
Logo ouço impertinente:
Quantias profanas vibrantes
De braços e lobos valentes.
Febris cantos.
Descontentes gargalhadas
Em rins de ganso ameno.
Um brasão de prata armada.
Loas de brisa
Perfumam a lagoa.
Da Lua até deslizam
Afagos a toa.
Raízes de cor madura
Soam e roem amores.
Pulsam epopéicas gasturas,
Corroem sábios horrores.
Ouça-me Dama cálida rosada!
Verta chuva de leite anis
Nos alçapões da noite pálida.
Canções serão raptadas e ingratas.
Dentes rompem.
Mordem ferro.
Berros de homem, enfim,
Silenciam o grande inferno.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Saga de Signos
Cá estou eu sentado
Sob esta tenda esvoaçante
Onde vive o cafezal,
Vendo o preto e o branco
Das vacas obsoletas
A ceifar o trigo de seus dentes
E lambuzar seu umbigo
Sobre seu lombo sinuoso.
Ao profundo poente deste passador
Há nuvens de caramujos de leite
Em prosódicas deliberações, como cometas de chumbo,
E, como neon, dizem sons de boca:
"Soa tua loa ao luar. Moa tua canoa ao mar.
Doa a quem perecer...
Á margem nua da lagoa rever"
Súbitamente a elipse
De pedras de mercúrio
No avesso cósmico do céu
Expande a incrível massa de brilho marroquíno
Ao canto inferior direito
Deste cenário onde, antes vazia,
Eis minha mão esquerda extrapolada de astros.
Percebo, como um faro,
Que há um mistério nesse prateado lunar
Semelhante as cantigas eslavas
E as jasmins em forma de delírios,
Onde o verde fenece repousado
No macio mar de pétalas de chão.
Flores de amor brotam
Em lagartos ensanguentados,
Após serem suas próprias refeições, auto-devorados.
Um ruído. Ouve? Outro!
Há ruídos por toda a parte! Ouve?
Pois ouça então estas ruínas.
Trevas desmoronam sobre o crepúsculo
No doce joelho das pirâmides
E dos frutos das oliveiras sem músculo.
Sob esta tenda esvoaçante
Onde vive o cafezal,
Vendo o preto e o branco
Das vacas obsoletas
A ceifar o trigo de seus dentes
E lambuzar seu umbigo
Sobre seu lombo sinuoso.
Ao profundo poente deste passador
Há nuvens de caramujos de leite
Em prosódicas deliberações, como cometas de chumbo,
E, como neon, dizem sons de boca:
"Soa tua loa ao luar. Moa tua canoa ao mar.
Doa a quem perecer...
Á margem nua da lagoa rever"
Súbitamente a elipse
De pedras de mercúrio
No avesso cósmico do céu
Expande a incrível massa de brilho marroquíno
Ao canto inferior direito
Deste cenário onde, antes vazia,
Eis minha mão esquerda extrapolada de astros.
Percebo, como um faro,
Que há um mistério nesse prateado lunar
Semelhante as cantigas eslavas
E as jasmins em forma de delírios,
Onde o verde fenece repousado
No macio mar de pétalas de chão.
Flores de amor brotam
Em lagartos ensanguentados,
Após serem suas próprias refeições, auto-devorados.
Um ruído. Ouve? Outro!
Há ruídos por toda a parte! Ouve?
Pois ouça então estas ruínas.
Trevas desmoronam sobre o crepúsculo
No doce joelho das pirâmides
E dos frutos das oliveiras sem músculo.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
9 Seconds to Go
1º Segundo
Hoje comemoro a solidão
De minha existência.
Não somente para saudar
Minha paz de momento
Que insisto em afirmar,
Mas cá sentado
Sobre verdes retorcidos
Destas veredas em forma de arquipélago,
Sinto novamente a cárie amarga
Que desatina sensualmente,
Como deuses míticos
Pardos de certeza.
2º Segundo
Os ecos de Rimbaud
Harpas de cobre ácido
Escorrem e recobrem Mallarmé
Brilham em meus pés de raizes
Que sugam o chão
Então O interior
De minhas dimensões
Terrenas e arenosas vê
Dissimula o instante,
A estante,
O restante,
O mago peso árduo da vigília.
3º Segundo
Como a dor de uma agulha
E então imensamente integrado
Venho Eu cá sentar-me
Sobre esta paisagem musga
Além de quantativamente poética
Para assim berrar à brisa
Que sobre meu rosto plácido desliza.
4º Segundo
Como que neve flamejante
Em torturas de ópio e verrugas
Repletas de castas
É pleno como quando respirávamos
Os segundos do amor de Nefertite
O por-da-tarde de amor trancado
E úmido em nossas palpebras
Sob o nascer de um sol carnívoro
Iluminado por uma espiral corrente e tênue
Que une minha alma ao ar da manhã
Assim como esta amplidão de giz e cobertores
Que durante meio período encobre
Todas as indulgências
Sobre as quais depositamos
O que desejamos ou repelimos:
O primeiro segundo após a morte.
5º Segundo
Vomito esse desejo
Que arranha as paredes
De meu fígado e rebentam
Em constelações de magníficas
Explosões dizimatórias.
Estas arrancam vêias e corações
De astros suspensos
Diante de meus ombros
Como se este cenário fosse a realidade
Digerida nas entranhas
De cabras e rãs do entardecer.
6º Segundo
A árvore transversal está mais perto
De minhas costas transparentes do que a Lua
Gigantesca de fermento e moléstias,
Comprimida ao centro.
Calado e sustentado por pulmões negros
Bufando névoas de uma pasta escura e apodrecida
De um vício cravado no centro de meu peito
(assim como a Lua)
E como uma orquídea de diamante
Que sustenta o solo.
7º Segundo
O solo. Enigmático.
Ele agarra seu caule e suplica
Por mais uma dose de tempo químico.
A esperança daqueles negros comprimidos
Alcalóides tépidos projetados
Em rasas docas de abssinto com mercúrio
Pitadas de trovão e contraceptivos alcólicos.
8º Segundo
E vertigem?
Ou seria fuligem?
Tampouco derretem.
Onde estará a origem?
9º Segundo
Hoje esmaguei meu corpo contra a parede com o dedo indicador
E tudo,
E nada também
Diz a meus desdobramentos
Que meu momento de paz é a celebração
Da solidão de minha existência.
Hoje comemoro a solidão
De minha existência.
Não somente para saudar
Minha paz de momento
Que insisto em afirmar,
Mas cá sentado
Sobre verdes retorcidos
Destas veredas em forma de arquipélago,
Sinto novamente a cárie amarga
Que desatina sensualmente,
Como deuses míticos
Pardos de certeza.
2º Segundo
Os ecos de Rimbaud
Harpas de cobre ácido
Escorrem e recobrem Mallarmé
Brilham em meus pés de raizes
Que sugam o chão
Então O interior
De minhas dimensões
Terrenas e arenosas vê
Dissimula o instante,
A estante,
O restante,
O mago peso árduo da vigília.
3º Segundo
Como a dor de uma agulha
E então imensamente integrado
Venho Eu cá sentar-me
Sobre esta paisagem musga
Além de quantativamente poética
Para assim berrar à brisa
Que sobre meu rosto plácido desliza.
4º Segundo
Como que neve flamejante
Em torturas de ópio e verrugas
Repletas de castas
É pleno como quando respirávamos
Os segundos do amor de Nefertite
O por-da-tarde de amor trancado
E úmido em nossas palpebras
Sob o nascer de um sol carnívoro
Iluminado por uma espiral corrente e tênue
Que une minha alma ao ar da manhã
Assim como esta amplidão de giz e cobertores
Que durante meio período encobre
Todas as indulgências
Sobre as quais depositamos
O que desejamos ou repelimos:
O primeiro segundo após a morte.
5º Segundo
Vomito esse desejo
Que arranha as paredes
De meu fígado e rebentam
Em constelações de magníficas
Explosões dizimatórias.
Estas arrancam vêias e corações
De astros suspensos
Diante de meus ombros
Como se este cenário fosse a realidade
Digerida nas entranhas
De cabras e rãs do entardecer.
6º Segundo
A árvore transversal está mais perto
De minhas costas transparentes do que a Lua
Gigantesca de fermento e moléstias,
Comprimida ao centro.
Calado e sustentado por pulmões negros
Bufando névoas de uma pasta escura e apodrecida
De um vício cravado no centro de meu peito
(assim como a Lua)
E como uma orquídea de diamante
Que sustenta o solo.
7º Segundo
O solo. Enigmático.
Ele agarra seu caule e suplica
Por mais uma dose de tempo químico.
A esperança daqueles negros comprimidos
Alcalóides tépidos projetados
Em rasas docas de abssinto com mercúrio
Pitadas de trovão e contraceptivos alcólicos.
8º Segundo
E vertigem?
Ou seria fuligem?
Tampouco derretem.
Onde estará a origem?
9º Segundo
Hoje esmaguei meu corpo contra a parede com o dedo indicador
E tudo,
E nada também
Diz a meus desdobramentos
Que meu momento de paz é a celebração
Da solidão de minha existência.
Ritmo
Alma vagamente estéril
Alma vagamente estéril
Alma vagamente estéril
Almavaga mentes téril
Almavaga mentes téril
Almavaga mentes téril
Alma vaga mente estéril
Alma vaga mente estéril
Alma vaga mente estéril
Almava gamén testéril
Almava gamén testéril
Almava gamén testéril
Há uma vaga mente estéril
Há uma vaga mente estéril
Há uma vaga mente estéril
Alma vagamente estéril
Alma vagamente estéril
Almavaga mentes téril
Almavaga mentes téril
Almavaga mentes téril
Alma vaga mente estéril
Alma vaga mente estéril
Alma vaga mente estéril
Almava gamén testéril
Almava gamén testéril
Almava gamén testéril
Há uma vaga mente estéril
Há uma vaga mente estéril
Há uma vaga mente estéril
domingo, 17 de agosto de 2008
Uno
Estou sujeito a escrever trevas
Sobre papéis de nuvem e névoa.
Utilizo um elemento de força sólida
Um tinteiro de matéria humana em estado puro,
Que concilía teus negros universos
Á pura delicadeza de sentir-se um sopro
Ou uma sensação momentânea de que o presente
É um desdobramento de um tempo silente
Mas oportuno. Aceitar todas as infinitas
Possibilidades de trilhagem, sentir teu espírito
vagar sobre tua pele...
Posso tudo, afinal.
Posso escrever sobre tudo,
E tudo faz parte do meu universo.
Posso divagar a lua em canções flamencas.
Posso até tornar-me flor de pólen elegante,
E colorir todas as paredes do mundo com mais de mim.
Posso devorar insetos, lamber restos de chão.
Posso conformar-me que sou simplesmente imprevisível,
Enquanto cobro do meu frágil corpo
Eloquência, orgulho de qualquer coisa que afaste dor.
Diamantes malditos. Creio que um dia poderei fazê-los calar.
Ser poeta é ser imprevisivel.
É brilhar!
Tenho em mim todo sentimento do mundo.
E não culpem a mim, mas a ele.
Tenho carlos nos pés e mãos.
Tenho uma infantaria de gracejos obcenos
E pouco tempo para ser avesso e glória.
Ser apenas o que vier de encontro...
E boa memoria.
Sobre papéis de nuvem e névoa.
Utilizo um elemento de força sólida
Um tinteiro de matéria humana em estado puro,
Que concilía teus negros universos
Á pura delicadeza de sentir-se um sopro
Ou uma sensação momentânea de que o presente
É um desdobramento de um tempo silente
Mas oportuno. Aceitar todas as infinitas
Possibilidades de trilhagem, sentir teu espírito
vagar sobre tua pele...
Posso tudo, afinal.
Posso escrever sobre tudo,
E tudo faz parte do meu universo.
Posso divagar a lua em canções flamencas.
Posso até tornar-me flor de pólen elegante,
E colorir todas as paredes do mundo com mais de mim.
Posso devorar insetos, lamber restos de chão.
Posso conformar-me que sou simplesmente imprevisível,
Enquanto cobro do meu frágil corpo
Eloquência, orgulho de qualquer coisa que afaste dor.
Diamantes malditos. Creio que um dia poderei fazê-los calar.
Ser poeta é ser imprevisivel.
É brilhar!
Tenho em mim todo sentimento do mundo.
E não culpem a mim, mas a ele.
Tenho carlos nos pés e mãos.
Tenho uma infantaria de gracejos obcenos
E pouco tempo para ser avesso e glória.
Ser apenas o que vier de encontro...
E boa memoria.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Prelúdio de uma morte
Ela conseguiu.
Neste corpo de mulher onde a alma é o cenário da vida,
Na distância das leis dos homens,
Ela consumiu sua essência perfumada de mortal.
Proferiu pródigas palavras.
Adormeceu nos contratos obscuros que,
Naturalmente, este corpo de mulher foi subjulgado a assinar.
Enfim, depois de todo esse tempo
- esse meteoro tempo -
Em cabides de ombros e regiões inóspitas da imaginação,
Em mente-ato onde espetáculos de cores e calores,
Sensações e orações,
O enorme, colossal e devastador meteoro colide
Trazendo toda a verdade e todo espinhoso mistério.
Frágil, o corpo de mulher sucumbe à pressão da colisão
E todo o vazio árduo do vácuo se resume no último segundo
Ao eterno e infinito pesar do nada sobre seus pulmões.
O peso do nada (após tudo) sobre teu umbigo.
O corpo equilibra-se sobre a tênue linha da silhueta da luz
E a escura e ampla imensidão da simplicidade de morrer alvorece em sua pele.
O turbilhão então colide. Concluí seu feito e segue em frente.
Sua carne descansa junto a seus membros, seus olhos, sua lingua,
Que por tanto tempo guiaram o caminho aberto do animal
Junto a seu profundo compadecimento, aceitação e reconhecimento.
Tudo fora levado para a incompreensão do vago soar da aurora dos mortos.
Para o esquecimento. Sacramentado por sua própria engenharia.
Dizem morte. Talvez.
Eu digo, porque necessito dizer,
Que é como o mais amargo e elegante acaso de uma harmonia.
Neste corpo de mulher onde a alma é o cenário da vida,
Na distância das leis dos homens,
Ela consumiu sua essência perfumada de mortal.
Proferiu pródigas palavras.
Adormeceu nos contratos obscuros que,
Naturalmente, este corpo de mulher foi subjulgado a assinar.
Enfim, depois de todo esse tempo
- esse meteoro tempo -
Em cabides de ombros e regiões inóspitas da imaginação,
Em mente-ato onde espetáculos de cores e calores,
Sensações e orações,
O enorme, colossal e devastador meteoro colide
Trazendo toda a verdade e todo espinhoso mistério.
Frágil, o corpo de mulher sucumbe à pressão da colisão
E todo o vazio árduo do vácuo se resume no último segundo
Ao eterno e infinito pesar do nada sobre seus pulmões.
O peso do nada (após tudo) sobre teu umbigo.
O corpo equilibra-se sobre a tênue linha da silhueta da luz
E a escura e ampla imensidão da simplicidade de morrer alvorece em sua pele.
O turbilhão então colide. Concluí seu feito e segue em frente.
Sua carne descansa junto a seus membros, seus olhos, sua lingua,
Que por tanto tempo guiaram o caminho aberto do animal
Junto a seu profundo compadecimento, aceitação e reconhecimento.
Tudo fora levado para a incompreensão do vago soar da aurora dos mortos.
Para o esquecimento. Sacramentado por sua própria engenharia.
Dizem morte. Talvez.
Eu digo, porque necessito dizer,
Que é como o mais amargo e elegante acaso de uma harmonia.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Deserto
Isto é mais um sussurro contemplativo.
Nele direi que recebi um prêmio valioso
Para recarregar com ira e gozo
O tormento vulgar da folha de meu crânio,
Que flui sonolento sobre o mesmo casco,
Mesmo cesto que proponho-me aqui elogiar
Através destes versos acesos
No perene insignificado das coisas.
Surpreendente tíbia de minha velocidade.
Metálicos e temperamentais navios cargueiros
Despedem-se, desgastados por minha humanidade
Que insiste em aflorar ao avesso
Quando sinto-me defronte a porta contrária da vida.
Essa humanidade da qual sou constituido
Sucumbe aos meus desejos
De (que delícia!) saborear como um doce sumo,
Levitar como uma nuvem de vento,
A terrível emoção e extravagância,
A permanente e flamejante exuberância
De constantemente
Testar-me.
Fuzilar-me.
Numa parede de terra insípida,
Frente aos quadros e ramos
Da árvore principal
Feminina,
Beijei-a.
Eu a observava.
Descrevia o tom que sua nuca transpirava
Trovões e teias. As ondulações negras e
Bem reverênciadas pela fragrância de sua noite
Contemplavam a singela sinfonia divina de seus olhos.
Concordo que música naquele instante
Soprava ventos quentes que em meu rosto,
De repente, soletravam notas de mulher tímida
Contra a presença térmica dos aromas.
Foi onde brotaram,
Fantasticamente,
Como água nascente,
Camaleões de adeus.
Nele direi que recebi um prêmio valioso
Para recarregar com ira e gozo
O tormento vulgar da folha de meu crânio,
Que flui sonolento sobre o mesmo casco,
Mesmo cesto que proponho-me aqui elogiar
Através destes versos acesos
No perene insignificado das coisas.
Surpreendente tíbia de minha velocidade.
Metálicos e temperamentais navios cargueiros
Despedem-se, desgastados por minha humanidade
Que insiste em aflorar ao avesso
Quando sinto-me defronte a porta contrária da vida.
Essa humanidade da qual sou constituido
Sucumbe aos meus desejos
De (que delícia!) saborear como um doce sumo,
Levitar como uma nuvem de vento,
A terrível emoção e extravagância,
A permanente e flamejante exuberância
De constantemente
Testar-me.
Fuzilar-me.
Numa parede de terra insípida,
Frente aos quadros e ramos
Da árvore principal
Feminina,
Beijei-a.
Eu a observava.
Descrevia o tom que sua nuca transpirava
Trovões e teias. As ondulações negras e
Bem reverênciadas pela fragrância de sua noite
Contemplavam a singela sinfonia divina de seus olhos.
Concordo que música naquele instante
Soprava ventos quentes que em meu rosto,
De repente, soletravam notas de mulher tímida
Contra a presença térmica dos aromas.
Foi onde brotaram,
Fantasticamente,
Como água nascente,
Camaleões de adeus.
Agrura
O amargo
Amargo.
Amargo.
O aspargo amargo.
O amargo do universo.
Universo amargo.
Largo amargo:
Largo universo.
Aspargo.
"O amargo largo do universo,
largo aspargo".
Aspargo amargo.
Largo aspargo do universo.
Amargo.
Amargo.
O aspargo amargo.
O amargo do universo.
Universo amargo.
Largo amargo:
Largo universo.
Aspargo.
"O amargo largo do universo,
largo aspargo".
Aspargo amargo.
Largo aspargo do universo.
Um dia acordei do avesso
Um belo dia acordei do avesso.
Meus olhos possuiam um brilho claro
E quando despertei eles mergulharam num profundo breu,
Aparentemente inexplicável.
Os sons da janela semi-aberta,
A cortina aquecida pelo sol negro
E a eterna penumbra do meu quarto
Açoitaram meu coração e sentidos.
Ao cair de cara no chão cai de costas em flajelos de ferrões.
Mas o que é a dor quando não se enxerga a chaga?
De fato não me incomodavam os lampejos prateados
De meus sonhos falecidos.
Naquela escuridão, os clarões atingiam meu rosto como uma chuva de nuvens.
Quantas vezes, quantas frases longas que loucura nem delírio alcançam.
Podemos quando tudo e nada fundem-se num profundo galho de brisa,
Acordar como se tivessemos enfiado a cabeça no antônimo lado das coisas?
Frases longas.
Melhor encarar os fatos.
Um banho frio me faria bem.
06.08
Meus olhos possuiam um brilho claro
E quando despertei eles mergulharam num profundo breu,
Aparentemente inexplicável.
Os sons da janela semi-aberta,
A cortina aquecida pelo sol negro
E a eterna penumbra do meu quarto
Açoitaram meu coração e sentidos.
Ao cair de cara no chão cai de costas em flajelos de ferrões.
Mas o que é a dor quando não se enxerga a chaga?
De fato não me incomodavam os lampejos prateados
De meus sonhos falecidos.
Naquela escuridão, os clarões atingiam meu rosto como uma chuva de nuvens.
Quantas vezes, quantas frases longas que loucura nem delírio alcançam.
Podemos quando tudo e nada fundem-se num profundo galho de brisa,
Acordar como se tivessemos enfiado a cabeça no antônimo lado das coisas?
Frases longas.
Melhor encarar os fatos.
Um banho frio me faria bem.
06.08
Cor
Aquela tarde úmida e nascente soletrava meus passos de pensamento.
Cravei dois seixos em minha pele, naquelas nuvens de momento.
Giravam flores e saias frutíferas, como num imenso e novo carnaval.
Rodei mil vezes em meus sonos mornos, como quem espanta o mal.
Minha vila tinha céu azul e sol de espinhos flamejantes
Qualquer um que me visse caído em cama, não perturbariam-me o instante.
E qual dessas rosas sonho, senão aquela que me pariu o filho?
Penso que somente sopro minha vida, assim como dela faço meu caminho.
De minh`alma colhe o que já apodreceu nos galhos
Certo que não peço nada, nada além de seus frios calvários.
Logo a tenda de meus olhos abre-se numa nova paixão
Saciam sua sede com orvalho e cantam soltas na amplidão.
Não entendo essa gente que me duvida a longa palavra
Sempre têm que ultrapassar sua mente, como se fosse escrava?
Não lhes rogo mal infortúnios, nem lhes desejo sua ausência.
Breve de espanto e resguardado, sugo-lhes apenas a essência.
Tenho frios e pontiagudos dedos, que é para acalmar-me o pranto.
E quando, muita vez, me quedo externo de ser eu... Apenas canto.
Minha margem fulgura minha dormente dor de amante
Olha, pois, pega em tuas mãos depois, sofre logo a dor de adiante!
04.08
Cravei dois seixos em minha pele, naquelas nuvens de momento.
Giravam flores e saias frutíferas, como num imenso e novo carnaval.
Rodei mil vezes em meus sonos mornos, como quem espanta o mal.
Minha vila tinha céu azul e sol de espinhos flamejantes
Qualquer um que me visse caído em cama, não perturbariam-me o instante.
E qual dessas rosas sonho, senão aquela que me pariu o filho?
Penso que somente sopro minha vida, assim como dela faço meu caminho.
De minh`alma colhe o que já apodreceu nos galhos
Certo que não peço nada, nada além de seus frios calvários.
Logo a tenda de meus olhos abre-se numa nova paixão
Saciam sua sede com orvalho e cantam soltas na amplidão.
Não entendo essa gente que me duvida a longa palavra
Sempre têm que ultrapassar sua mente, como se fosse escrava?
Não lhes rogo mal infortúnios, nem lhes desejo sua ausência.
Breve de espanto e resguardado, sugo-lhes apenas a essência.
Tenho frios e pontiagudos dedos, que é para acalmar-me o pranto.
E quando, muita vez, me quedo externo de ser eu... Apenas canto.
Minha margem fulgura minha dormente dor de amante
Olha, pois, pega em tuas mãos depois, sofre logo a dor de adiante!
04.08
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