"Aperte, então, forte, minha mão.
Tão perto, perto assim.
Colorido azul, como irmão:
Eu de você, você de mim.
Como cor de camaleão,
Até o chão, chovendo marfim,
A doce pele de teu seio
Vez em quando, sempre, em mim.
Bruta Lua, repleta de canção,
És a presença da pureza.
Essa prata lua de manjeiricão,
Como aroma da morte, com delicadeza.
Tú, Lua linda, mais profunda que tu mesma,
Sobrevoa a janela da manhã,
Derrama-me imenso mel de tristeza,
Inesquecível, como sabor de maçã."
João Miguel, 09/12/08
domingo, 28 de dezembro de 2008
A Atriz
"Se eu fosse você provaria o nada
Ou ao menos aprenderia a levitar.
Não há morte, nem estrela que lhe diga:
Seu sabor é oliva, ou apenas sangue de luar.
Suprema. Pedra, fogo, tanto faz.
Não há canção que tua voz desafie o Sim,
Nem vazio, nem oceano de lágrima fugaz
Que não toque teus olhos em mim.
Do centro do ser ao palco de madeira
Tua nuca compõe o certo paladar do doce,
O samba dos tristes amores d'amoreira,
O aroma do quando. Esqueço o sobre.
Nem o tempo, inimigo do errado amor
Pode caminhar sobre ti, ele desiste.
O véu do choro é teu amigo maior,
O nunca, o nada, perto somente insiste.
Teu caminho é caminhar."
Com carinho, John.
Ou ao menos aprenderia a levitar.
Não há morte, nem estrela que lhe diga:
Seu sabor é oliva, ou apenas sangue de luar.
Suprema. Pedra, fogo, tanto faz.
Não há canção que tua voz desafie o Sim,
Nem vazio, nem oceano de lágrima fugaz
Que não toque teus olhos em mim.
Do centro do ser ao palco de madeira
Tua nuca compõe o certo paladar do doce,
O samba dos tristes amores d'amoreira,
O aroma do quando. Esqueço o sobre.
Nem o tempo, inimigo do errado amor
Pode caminhar sobre ti, ele desiste.
O véu do choro é teu amigo maior,
O nunca, o nada, perto somente insiste.
Teu caminho é caminhar."
Com carinho, John.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
O Dia
Hoje minha vida,
Sob um escombro,
Sobe, da solar
Indulgência, o ombro.
Noite entardecer breve,
Ainda que não na vida.
Na vida apenas emudece
O olhar contrário à saída.
Imorais pensamentos da sonolência
Quem, afinal, criticará a impermanência?
Frágil certeza dos Santos alimento.
Donos do futuro, lendários gerentes do tempo.
Hoje é o dia, dia negro;
Não à trevas, à pele.
Acordes soando adentro,
Eclipse musical do mundo.
Minhas palavras não são palavras.
Este verso não existe, apenas no não supremo.
Desista se o caminho é desistente.
Este verso não diz absolutamente nada,
Este verso sente.
Sob um escombro,
Sobe, da solar
Indulgência, o ombro.
Noite entardecer breve,
Ainda que não na vida.
Na vida apenas emudece
O olhar contrário à saída.
Imorais pensamentos da sonolência
Quem, afinal, criticará a impermanência?
Frágil certeza dos Santos alimento.
Donos do futuro, lendários gerentes do tempo.
Hoje é o dia, dia negro;
Não à trevas, à pele.
Acordes soando adentro,
Eclipse musical do mundo.
Minhas palavras não são palavras.
Este verso não existe, apenas no não supremo.
Desista se o caminho é desistente.
Este verso não diz absolutamente nada,
Este verso sente.
O não-poema da ilusão
Ser ilusão.
Ser ilusão.
-Hum, curioso.
-Tem sabor de ossos de ente.
O ser ilusão transpira ilusão,
E seu suor... tem um aroma pungente.
Explicação da ilusão,
Será o sabor da mente?
Ser a alça, borda, mentira?
Como a morte de uma Rosa, eternamente.
Como a eterna Rosa,
Ilusória Rosa da morte,
A não-ilusão existe,
Certamente não se sente.
Absurdamente não se ilude.
A não-desilusão não se desilude.
Não vive, pois não nasce.
Não cobra, pois não morre.
A ilusão apenas socorre. "
Ser ilusão.
-Hum, curioso.
-Tem sabor de ossos de ente.
O ser ilusão transpira ilusão,
E seu suor... tem um aroma pungente.
Explicação da ilusão,
Será o sabor da mente?
Ser a alça, borda, mentira?
Como a morte de uma Rosa, eternamente.
Como a eterna Rosa,
Ilusória Rosa da morte,
A não-ilusão existe,
Certamente não se sente.
Absurdamente não se ilude.
A não-desilusão não se desilude.
Não vive, pois não nasce.
Não cobra, pois não morre.
A ilusão apenas socorre. "
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