O homem que sorri a todos indistintamente,
O faz por esconder verdadeira tristeza
Nas profundezas da alma,
Sem ter calma,
Sofre como se tua outra mão
Fosse igual a outra mão de seu pior inimigo.
Sobrevoar nas órbitas do espírito
Com júbilo,
Coragem,
Quem sabe apenas rezar sem saber,
Quem sabe?
Serei eu o nome que todos pronunciam?
Pouco.
Muito Pouco.
Longe de mim,
sim, impossível!
Como gelatina velha, como sabor de casca de árvore,
Serei somente eu meu cúmplice?
Bobagem, quer mais?
Eu tenho que confessar:
Amo alguém que frequenta meus olhos,
Como o mar. E assim como o Sol,
Toca no horizonte sem encostar,
Porque hão de se amar eternamente,
Sem nunca poderem se abraçar,
Pois, ao seu encontro, do mar
A água há de tornar-se nuvem,
E o fogo do Sol se extiguirá.
Mas a minha tristeza,
Minha fragilidade secreta,
São suficientes para mim.
Isto é um exorcismo.
Não suporto mais escrever sobre mim
Envergonhado do mundo.
A raiva tem pressa, se apossa,
Camufla-se nas entranhas.
Torna-se orgânica.
Quando passa só deixa passos
Da incoerência.
Livre-se disso!
Meta a cara nos versos!
A cara da tristeza nos compassos!
No vaso sanitário,
Dê descarga como se fosse
A merda mais repugnante que suas pregas
Jamais regurgitaram!
Foda-se! Burgueses de merda. Serei merda como vocês?
Abandono, será possível alguém também sentir isso?
Tantas comoções...
Por uma simples lembrança...
Para o diabo com você. Eu te odeio.
Eu sou um escroto. Um canalha.
Sou vil como o véu da morte
Do veneno da cascavél de um vício,
Calçificada em tua calçada diária.
Destas palavras desista agora!
Vire esta página. Desligue tudo, sei lá.
Vire o rosto para o lado, não leia mais.
Se não o fizer vomitarei meu brilho
Em tua direção, cego e poderoso, fétido.
Decidi que isso não é mais problema
Para uma criação estupenda como eu.
Um homem chora por ser demasiado feliz.
Muita felicidade leva ao abismo,
O choro alivía.
Recolhe os frutos caídos no chão do pomar
Depois da ventania.
Nunca saia de casa sem pensar em mim.
Como legado, porque desejaria ser lembrado?
Jovem moça, velha moça. Capture aquela noite.
Capture as estrelas, olhos, ameixas, soleiras,
Morangos, morcegos, línguas... Esqueçam!
Agora, talvez, nunca mais sejam os mesmos.
Passe bem o dia, noite ou tarde.
Mas por favor, alma, não se faça de covarde.
Mergulhe, salte, arrisque toda sua quantia!
Odeie minha carne, Queime-a no fogo infâme!
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