Eu sou uma fratura, cega e sem pudor.
Sou uma pessoa impura, sem moral nenhuma como guia.
Tenho a mesma sensibilidade que uma rã, ou um camaleão,
Porém sou mestiço devido aos meus traços vis e obscuros.
Eu procuro declamar a todos que pouco me lixo às suas expectativas,
Pois odeio meu reflexo tal que não produzo alegria, nem planos, nem felicidade.
Vivo num quarto vazio sobre os pés de todos os outros. Os outros.
Vizinhos perfeitos, amigos fiéis e amantes puros.
Sou um asco na boca das pessoas próximas.
Quero cagar na mente de todos que satirizam e se horrorizam com minhas atitudes bizarras, impulsivas sempre que posso, ou devo.
Derreto meus pés no peito de quem me trair.
Suplico por um momento de pureza total e o que recebo em troca, na maioria das vezes, é distância, distante, tão distante, totalmente longe de alcançar.
Não sou como todas as pessoas que guardam seus órgãos genitais dentro da enclausura de seu caráter previsível e familiar.
Meu caráter é um veneno.
Que mantêm sentimentos tão modernos que minha mente de bicho pelado não suporta compreender.
Quero ir embora daqui, pois parece que minha busca é falha.
Vou para outro lugar, outro país, outro planeta, outra galáxia, outro universo, outro, outro... outro
Sentido, crença de outra vida, eu não desejaria, nem que me matem, sobreviver ao lado de vocês imundos, irmãos de sangue e palavras, sujos como pombos encerados de avenidas transcendentais.
Fora de mim, não desejo sua pureza, nem aceitação, nem pronúncia.
Eu acato apenas a sua renúncia. Renuncie daí, que eu renuncio daqui.
Como uma troca formaremos uma nova aliança com os braços.
Eu apenas ignorarei sua carne enquanto não queiras queimá-la junto à minha. Esquecerei sua imperfeição de maneira que você não precisa mais brincar de se esconder.
O caminho é melhor quando aos poucos.
terça-feira, 28 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Ela
"Olhos doces
De quem quer bem.
Palavras sutis
Que adentram suavemente
A alma.
Abraço apertado e caloroso.
Sorrisos descompromissados,
Sem aviso prévio.
Encontros
Esporádicos
Enfeitiçados.
Magia...
Mágica de tornar-se uno.
E então a simplicidade
Que se transforma
Em grandeza".
R.F
De quem quer bem.
Palavras sutis
Que adentram suavemente
A alma.
Abraço apertado e caloroso.
Sorrisos descompromissados,
Sem aviso prévio.
Encontros
Esporádicos
Enfeitiçados.
Magia...
Mágica de tornar-se uno.
E então a simplicidade
Que se transforma
Em grandeza".
R.F
sábado, 18 de julho de 2009
Mosquinha
Quem rende-se a tudo
É porque ama muito.
Ama em demasia.
É o vício de cor vazia.
Tramas de cor verde
Que sente por dentro
Contrações, fome, sede,
Frágeis folhas de coentro.
Teus poucos versos,
Tua sóbria rima,
Tão louca quanto a minha
Tão pouca e mesquinha.
Pouca e mosquinha.
É porque ama muito.
Ama em demasia.
É o vício de cor vazia.
Tramas de cor verde
Que sente por dentro
Contrações, fome, sede,
Frágeis folhas de coentro.
Teus poucos versos,
Tua sóbria rima,
Tão louca quanto a minha
Tão pouca e mesquinha.
Pouca e mosquinha.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
rio que Rilke riu
Eu não me aguento, não me quero.
Não posso me levar.
Toda esta fumaça, este inferno,
Esta beleza perdida e despedaçada,
Esse caos em meu sangue.
Fuligens cotidianas.
Sempre dentro, sempre fora.
Palco de sucesso e derrota: meu peito.
Serão estas cenas palavras de poesia?
Poesia. Túnel de rosa, luz de vento,
Irmã mais pura da esquizofrenia.
Ninguém mais está a salvo.
Morram todos em tempo lento,
Ou tornem-se flechas, ao invés de alvos.
Praga, prole, punho, puta, PARA!
Salva-vidas não flores de forma alguma!
Não flores salvar nada além de si!
Alma penada, sofredor divino!
Interrompa esta chaga,
pátria, prata, hino!
Vai te embora filho do desejo.
Vá e não volte tão cedo.
Abre-te como um pássaro ingênuo.
Não cante além de mim!
Vontade de socar o mundo
Com toneladas de filosofia imunda.
A limpeza é triste,
E o homem que muito sorri
É que guarda muita tristeza em si,
Como um rio enorme que vive,
E morre aos poucos enquanto resiste.
RESISTE!
Não posso me levar.
Toda esta fumaça, este inferno,
Esta beleza perdida e despedaçada,
Esse caos em meu sangue.
Fuligens cotidianas.
Sempre dentro, sempre fora.
Palco de sucesso e derrota: meu peito.
Serão estas cenas palavras de poesia?
Poesia. Túnel de rosa, luz de vento,
Irmã mais pura da esquizofrenia.
Ninguém mais está a salvo.
Morram todos em tempo lento,
Ou tornem-se flechas, ao invés de alvos.
Praga, prole, punho, puta, PARA!
Salva-vidas não flores de forma alguma!
Não flores salvar nada além de si!
Alma penada, sofredor divino!
Interrompa esta chaga,
pátria, prata, hino!
Vai te embora filho do desejo.
Vá e não volte tão cedo.
Abre-te como um pássaro ingênuo.
Não cante além de mim!
Vontade de socar o mundo
Com toneladas de filosofia imunda.
A limpeza é triste,
E o homem que muito sorri
É que guarda muita tristeza em si,
Como um rio enorme que vive,
E morre aos poucos enquanto resiste.
RESISTE!
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Outonão
Foi no entardecer de um verão moribundo,
Aparentemente muito normal, que floreceu
E logo, de súbito, feneceu, o fruto embrionário
Do calor dos sóis universal.
Desse embrião chamado Outono,
A vida veio receosa e letal.
E o frio dos tetos baixos, no inverno,
Inda é uma chama que se extingui cálida
E lentamente. Vivendo completamente
Seu fogo interno.
Lembrei-me da pedra lisa na fogueira
Vaporizando um café camponês:
Estimulantemente amigo.
Nestes dias de cores esvaídas,
Três tentativas de saída à beira,
E o fruto da escuridão regurgitou-se,
Fraco e tenso, cego em minhas tripas macias.
Sob a cama olhei um retrato de gente já morta,
No qual, segundo os sóis da noite,
Estava uma carta secreta para mim.
A receita da seiva quer ser criada!
E consumida em forma de sumo doce!
Nenhuma nuvem, nem ave ou castor
Puderam consolar-me naquele instante.
Aparentemente muito normal, que floreceu
E logo, de súbito, feneceu, o fruto embrionário
Do calor dos sóis universal.
Desse embrião chamado Outono,
A vida veio receosa e letal.
E o frio dos tetos baixos, no inverno,
Inda é uma chama que se extingui cálida
E lentamente. Vivendo completamente
Seu fogo interno.
Lembrei-me da pedra lisa na fogueira
Vaporizando um café camponês:
Estimulantemente amigo.
Nestes dias de cores esvaídas,
Três tentativas de saída à beira,
E o fruto da escuridão regurgitou-se,
Fraco e tenso, cego em minhas tripas macias.
Sob a cama olhei um retrato de gente já morta,
No qual, segundo os sóis da noite,
Estava uma carta secreta para mim.
A receita da seiva quer ser criada!
E consumida em forma de sumo doce!
Nenhuma nuvem, nem ave ou castor
Puderam consolar-me naquele instante.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
A Dor do Amor
A dor do amor
É a rima da tristeza.
É gota de suor
De um corpo (copo) sem certeza.
É um golpe de mestre
Que estraçalha pensamento.
Que sossega quando esqueçe...
Quando cansa do momento.
É a flor que brota escura
E não divide sua beleza.
Não canta, não ri e não dura...
Chora enquanto acesa.
É a rima da tristeza.
É gota de suor
De um corpo (copo) sem certeza.
É um golpe de mestre
Que estraçalha pensamento.
Que sossega quando esqueçe...
Quando cansa do momento.
É a flor que brota escura
E não divide sua beleza.
Não canta, não ri e não dura...
Chora enquanto acesa.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Camarada
Ó menina bonita
Deixe a tristeza passar
Porque está tão decidida
A não me acompanhar?
Ah não, pense na vida!
Assim não pode ser.
Não vê? Não percebe?
Sem você é difícil viver.
Uma coisa eu te digo,
Me dá vontade de viajar!
Sair pelo mundo antigo,
Quem sabe até velejar!
Porque o tempo é nada
Logo passa, logo acaba.
Mas você continua a melhor companhia,
Menina bonita, camarada.
Deixe a tristeza passar
Porque está tão decidida
A não me acompanhar?
Ah não, pense na vida!
Assim não pode ser.
Não vê? Não percebe?
Sem você é difícil viver.
Uma coisa eu te digo,
Me dá vontade de viajar!
Sair pelo mundo antigo,
Quem sabe até velejar!
Porque o tempo é nada
Logo passa, logo acaba.
Mas você continua a melhor companhia,
Menina bonita, camarada.
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