segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Assassinato do Carvalho

Descendo meus passos
Avenida branca abaixo
Sob o olhar das nuvens
Do matutino dia,
De encontro vejo cacos
De um corpo vivo,
Que morto - acredito -
Certamente não estaria.
Foi como se todo o verde daquelas copas
Decidisse nascer neste dia
Com a mesma missão:
Brilhar suas cores para sua irmã,
Despedaçada no chão.
Bandidos...
Patifes covardes...
Meus pés levitaram
Sob um véu de pérola
Que seu espectro, pairando no ar, expelia.
Agora morta logo tornar-se-á outono...
E o inverno sua dor amenizaria.
Um inverno eterno e infinito.
O Sol,
Astro materno,
Está escrito,
Ao muito doce paladar lhe convertia.
O mesmo sol
Que clareava os sons moribundos dos galhos
E rugia seu raio perfurante
Para o meio de seu corpo...
Um tombo...
E eu não pude impedir... foi por pouco.
Seguirei em frente meu caminhar?
Creio que prefiro
Sentar-me imóvel onde estou,
Por completo de resguardo.
Ao meio-dia
O Sol e o Verde perderam a cor,
E o meu dia
Faleceu
Dolorosa
E delicada-
Mente
Mais
Cedo.

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