O que será que serei eu?
Um comedor de cal e caracóis?
Uma folha verde que sossega na fumaça?
O primeiro traço de um bebê,
Ou o último traço de um artista?
O que será que serei eu?
A voz real da pessoa amada?
Uma fuga pelo teu próprio caminho?
Um naco de nuvem nanica,
Ou o riso daquela morena?
O que será que serei eu?
O vigilante de um castelo em chamas?
Um murro que levamos na costela?
Uma breve jornada para casa,
Ou uma última volta ao mundo?
O que será que serei eu?
Um ser que ama em desespero?
Um ser que chora pelo infinito?
Uma pedra que rola no abismo?
Uma paixão que te torna aflito?
O que será que serei eu?
terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Formosa
Quem me dera
Poder mergulhar
No mar dos olhos
Dessa menina
De pele clara e rosa,
Oceano que não termina,
Frágil como uma casa,
É seu narizinho, Marina.
Se eu pudesse guardar o mundo
Seria na tua voz que rima.
E quanto menos o tempo passa
Maior o desejo que desatina.
Logo eu fui te conhecer
E suas mãos tão pequeninas
Fez da minha voz meus versos,
Pois ser livre é minha sina.
Poder mergulhar
No mar dos olhos
Dessa menina
De pele clara e rosa,
Oceano que não termina,
Frágil como uma casa,
É seu narizinho, Marina.
Se eu pudesse guardar o mundo
Seria na tua voz que rima.
E quanto menos o tempo passa
Maior o desejo que desatina.
Logo eu fui te conhecer
E suas mãos tão pequeninas
Fez da minha voz meus versos,
Pois ser livre é minha sina.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Essa história de vida...
Essa história de vida...
Me impressiona à beça...
Tento sempre tanto...
... ser nada.
Ah, meus olhos de sangue
Supremos, em fogo, ligeiros.
Rachando seus glóbulos vermelhos
Num aborto totalmente eficaz.
Arando o solo da pele,
Cozendo chás e sóis.
Melhor era todo essa amor se acabar,
Ou talvez recomeçar seu voo.
Gosto da vida como ela de mim.
Gosto da maneira com que brotam,
Afloram e depois florescem, as palavras.
Nos incumbindo de libertá-las,
Sempre mais,
Uma por uma,
De todo o nosso julgamento de dentro.
Aliviando nosso sofrimento
Por exprimir num único tom...
A vida. Que ainda me impressiona.
Me impressiona à beça...
Tento sempre tanto...
... ser nada.
Ah, meus olhos de sangue
Supremos, em fogo, ligeiros.
Rachando seus glóbulos vermelhos
Num aborto totalmente eficaz.
Arando o solo da pele,
Cozendo chás e sóis.
Melhor era todo essa amor se acabar,
Ou talvez recomeçar seu voo.
Gosto da vida como ela de mim.
Gosto da maneira com que brotam,
Afloram e depois florescem, as palavras.
Nos incumbindo de libertá-las,
Sempre mais,
Uma por uma,
De todo o nosso julgamento de dentro.
Aliviando nosso sofrimento
Por exprimir num único tom...
A vida. Que ainda me impressiona.
sábado, 12 de setembro de 2009
Debussy
Porquê é isso, é a vida.
Como o tempo é a vida.
Vida. Palavra estranha, tão imensa...
Vida. Olha aí! Quanta amplidão...
Lá vem ela, sempre.
Também pudera. Sempre imaginei
Coisas assim, imensas e infinitas...
Sempre imaginei a vida, imagino.
E sempre eu quis esquece-la,
De todo o meu coração... mas,
Prepare-se! Aí vem ela, toda, completa,
Olha ela! Olha ela! Viu? Não viu?
Calma! Não se preocupe, dê uma risada.
Logo logo ela vem denovo, e quando vem...
É sempre simples. Sempre inteira.
Não há alternativa, vê? A vida é pra valer, durona.
E eu me pergunto numa situação dessas:
Sabemos que um dia experimentaremos
A não-vida, por eternas partículas de...
De...
De...(bussy)
De...(bussy)
Dê!
Dê!
Dê(bussy)!
Dê para mim essa palavra eu preciso dela!
Vamos lá, vamos lá, vamos!
A palavra João...
A palavra...
"Clair de Lune"
O quê?
"Clair-de-Lune"...
Sim!
Sim?
"Clair de Lune"! É ela!
Encontrei a palavra!
Experimentaremos, inevitavelmente,
A não-vida, por
Eternas
Partículas de
"Clair de Lune"
Como o tempo é a vida.
Vida. Palavra estranha, tão imensa...
Vida. Olha aí! Quanta amplidão...
Lá vem ela, sempre.
Também pudera. Sempre imaginei
Coisas assim, imensas e infinitas...
Sempre imaginei a vida, imagino.
E sempre eu quis esquece-la,
De todo o meu coração... mas,
Prepare-se! Aí vem ela, toda, completa,
Olha ela! Olha ela! Viu? Não viu?
Calma! Não se preocupe, dê uma risada.
Logo logo ela vem denovo, e quando vem...
É sempre simples. Sempre inteira.
Não há alternativa, vê? A vida é pra valer, durona.
E eu me pergunto numa situação dessas:
Sabemos que um dia experimentaremos
A não-vida, por eternas partículas de...
De...
De...(bussy)
De...(bussy)
Dê!
Dê!
Dê(bussy)!
Dê para mim essa palavra eu preciso dela!
Vamos lá, vamos lá, vamos!
A palavra João...
A palavra...
"Clair de Lune"
O quê?
"Clair-de-Lune"...
Sim!
Sim?
"Clair de Lune"! É ela!
Encontrei a palavra!
Experimentaremos, inevitavelmente,
A não-vida, por
Eternas
Partículas de
"Clair de Lune"
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Menina
Moça cor do planalto
Pele azul ouro índia,
Negra e linda,
Rosto de brisa,
Cabelo de prata mais alto
Bravura de Deusa, mito,
Sombra de flores, em bons ares,
É morada da mata, ato frágil.
Meu frágil, macio abril, mulata,
Despetalado nessa moça,
Mel de árvore nasceu.
Essa canção tímida
Quero que você ouça,
Porque já amanheceu.
Pele azul ouro índia,
Negra e linda,
Rosto de brisa,
Cabelo de prata mais alto
Bravura de Deusa, mito,
Sombra de flores, em bons ares,
É morada da mata, ato frágil.
Meu frágil, macio abril, mulata,
Despetalado nessa moça,
Mel de árvore nasceu.
Essa canção tímida
Quero que você ouça,
Porque já amanheceu.
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